INTRODUÇÃO

Os acessórios, terminais e emendas, para cabos de média tensão muitas vezes são considerados os pontos mais frágeis das linhas de distribuição subterrâneas e isto se deve ao fato de as estatísticas de falhas dos sistemas de distribuição apontarem uma incidência maior de defeitos nestes acessórios.

As falhas de especificação e principalmente de montagem são as principais causas de defeitos em acessórios. A importância do entendimento da tecnologia envolvida bem como a perfeita compreensão dos métodos de montagem, contribuem tanto para a correta especificação e instalação resultando em uma alta probabilidade de sucesso na rede.

Neste artigo são analisadas as principais tecnologias utilizadas em terminais TPK® para cabos de média tensão, para fazer frente as exigências dos sistemas elétricos de distribuição subterrânea de complexos industriais, comerciais e de concessionárias de energia elétrica.

 

CONSIDERAÇÕES BÁSICAS PARA TERMINAIS

Os principais fatores para análise e projeto de terminais para cabos de média tensão são:

  • método de controle de campo elétrico;
  • técnicas de proteção contra as condições do ambiente (controle das correntes de superfície) e;
  • método de conexão e acoplamento aos componentes dos sistemas elétricos.

Durante todo o processo deve-‐se procurar uma perfeita harmonia entre os aspectos teóricos para o projeto e práticos para a montagem e uma perfeita compatibilidade entre os materiais componentes envolvidos que constituem os terminais com os dos cabos de média tensão em questão.

Uma perfeita coordenação entre o índice de confiabilidade do sistema, dos cabos e dos terminais são primordiais a fim de se evitar pontos fracos no sistema e assim evitando em perdas monetárias tanto no decorrer da implantação quanto durante a operação  do sistema de energia elétrica.

 

CONTROLE DE CAMPO ELÉTRICO EM TERMINAIS DE MÉDIA TENSÃO

Os cabos de potência de média tensão possuem blindagem do condutor e da isolação para, principalmente, tornar a distribuição do campo elétrico radial ao longo do isolamento e assim solicitar de modo uniforme todo o dielétrico.

Quando se tem que instalar um terminal, para acoplamento do cabo ao sistema elétrico, se torna necessário a interrupção do circuito da blindagem e com isto ocorre uma distorção no campo elétrico antes radial e uniforme e agora passa a conter componentes longitudinais.

 

           

 

Fig. 1 – Linhas de campo elétrico no término da blindagem

Basicamente existem três diferentes métodos para tornar uniforme o campo elétrico na região adjacente ao término da blindagem do isolamento de um cabo de energia, ou sejam:

  • alívio capacitivo;
  • alívio dielétrico;
  • alívio resistivo não linear

Neste artigo vamos tratar apenas do alívio de campo elétrico resistivo não linear pois é a técnica utilizada nos terminais TPK® – Terminais Poliméricos KIT.

 

Alívio Resistivo Não Linear

O gradiente longitudinal pode ser controlado e mantido dentro de valores aceitáveis estabelecendo-se um circuito elétrico constituído por elementos discretos de impedância, com o arranjo de resistores e capacitores, pela aplicação de um pequeno comprimento de material resistivo não linear sobre a superfície do isolamento do cabo a partir do término da sua blindagem.

Fig. 2 – Alívio e característica do não linear

 

Quando as correntes capacitivas, vindas do condutor, atravessam o isolamento do cabo e fluem pela camada de material resistivo, causam uma queda de tensão que determina o valor do gradiente de potencial ao longo da camada. Uma vez que a resistência do material é não linear, isto é, sua resistência decresce quando a corrente que o atravessa aumenta, a intensidade de campo elétrico se torna constante ao longo da camada.

A função da camada resistiva não é crítica, desde que assumimos que um acréscimo de campo elétrico provoque uma redução da resistividade causando consequentemente uma redução da solicitação no dielétrico.

Devido a sua ótima performance este método vem sendo utilizado com segurança em terminais TPK® e TPK+ Push On (introduza sobre a isolação) para cabos com tensão de isolamento de até 20/35kV.

 

CONCEPÇÃO DOS TERMINAIS POLIMÉRICOS TPK E TPK +

Particularmente os terminais TPK e TPK+, possuem tecnologia “Push On”, utilizam o Silicone como polímero base para o corpo do isolador e alívio de tensão resistivo não linear e com esta combinação resultam em alta performance com facilidade de montagem.

Nos terminais TPK o alívio de tensões é obtido pela aplicação de um Mastic resistivo não linear sobreposto a uma porção da semicondutora do cabo e da sua isolação, já no caso do TPK+ o alívio é polimérico e vem incorporado no interior do corpo do isolador.

Os terminais possuem versões uma para uso interno, em painéis e subestações abrigadas e uso externo sujeito às intempéries.

 

Fig. 3 – TPK uso interno e externo

 

Além da tecnologia de controle de campo elétrico nos terminais poliméricos se torna importantíssimo o controle das correntes de superfície e a utilização de formulações especificas de materiais com resistência ao UV, trilhamento elétrico e a erosão sendo o ensaio de névoa salina, da NBR 9314, um dos mais significativos para terminais para uso externo.

O Silicone, adequadamente formulado, apresenta um ótimo desempenho frente as solicitações elétricas e do meio ambiente em que se encontram as redes de energia elétrica.

Os  terminais  TPK  e  TPK+  foram  certificados  pelo  CEPEL,  conforme     NBR 9314 e os ensaios foram realizados nos laboratórios do CEPEL,  da KIT Acessórios e do LAT- EFEI.

 

CONEXÃO AOS EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ELÉTRICO

Para a conexão aos equipamentos do sistema elétrico a linha de conectores torquimétricos CTK é adequada para cabos com condutores de cobre de 16mm² a 35mm² e possuem a característica bimetálica para cabos com condutor de cobre ou alumínio com secções de 35mm² a 240mm².

Os parafusos torquimétricos são projetados para romper no torque requerido para garantir um contato elétrico estável ao longo de sua vida útil. O rompimento do parafuso torquimétrico se dá rente ao corpo do conector eliminando ressaltos. A tecnologia de conexão torquimétrica se adapta perfeitamente aos condutores compactados, concêntricos e setoriais.

A montagem pode ser através de chave de caixa, sem necessidade de alicates para compressão.

Os conectores torquimétricos CTK atendem aos requisitos da IEC 61238-1 “Compression and mechanical connectors for power cables for rated voltages up to 30kV (Um=36kV)” e da NBR 9326.

 

CONCIDERAÇÕES FINAIS

Particularmente os TPK e TPK+ são os únicos terminais para cabos de média tensão desenvolvidos e fabricados no Brasil, testados em nossos laboratórios e comprovados em campo nas mais variadas aplicações existentes nos sistemas de distribuição de energia elétrica, seja de geração eólica, na siderurgia, distribuição industrial, distribuição urbana e de condomínios horizontais.

Para ainda facilitar a instalação dos terminais, estão disponíveis os suportes SCK que proporcionam um método simples de fixação tanto em cruzetas quanto em estruturas de subestações e painéis.

Um ponto a se destacar é a compatibilidade que o terminal deve ter com os cabos utilizados e padronizados no Brasil (tipo de semicondutora, tipo de blindagem metálica, uso de cobertura, etc.) pois a utilização de terminais com o padrão de outros países ou mesmo mal topicalizados podem a levar a dificuldades na montagem e até a acarretar a ocorrência de defeitos precoces .

Com o objetivo de facilitar o entendimento do instalador, tendo em conta que muitas vezes ele tem que lidar com varias tecnologias distintas, todos os acessórios da KIT e em particular os terminais TPK e TPK+ possuem instruções bem ilustrativas e uma para cada tipo de construção de cabo, tornando a montagem mais simples, segura e eficaz.

 

MDR/KIT Acessórios


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